Páginas

terça-feira, 15 de junho de 2010

Negra



Vós chamais-me de moreninha
Mas morena não sou,
Sou tão negra como a noite
E a estrada por onde vou.

Tenho olhos de azeitona,
Minha pele é de pantera,
Meu corpo tem traçado
Ágil e negro de fera.

Negra África me corre
Dentro das veias, num rio.
Só o meu sorriso é branco
Como as velas de um navio.

Não me chamem moreninha
Porque eu morena não sou,
Sou negra como o orgulho
Em ser aquilo que sou.

Luísa Ducla Soares, A Cavalo no Tempo

....já fiz este retrato mais que uma vez, e gosto mesmo deste texto, e que lindos são todos os olhos negros de azeitona!

4 comentários:

  1. Estou encantada com o seu trabalho, Célia! Quando virá ao Rio? Assim poderei te dar um abraço forte. Que sensibilidade nos traços. Parabéns!!!

    ResponderEliminar
  2. Esse poema é lindo amei

    ResponderEliminar